Por Rafael Pereira
Dois estudantes e um professor desenvolveram um adubo orgânico produzido a partir dos cigarros contrabandeados e apreendidos pela Receita Federal em Juazeiro do Norte. As toneladas dos produtos, confiscados em operações, são incineradas pelo órgão. Mas agora os produtos terão um destino ecologicamente sustentável, sem poluir o meio ambiente, e que pode ajudar na produção agrícola.
O projeto é orientado pelo professor Ricardo Fonseca, do Instituto Federal (IFCE) campus Juazeiro, e trabalhado pelos estudantes Beatriz Sampaio e Victor Bruno, ambos do ensino médio do Colégio Paraíso. O processo consiste na separação dos filtros e do fumo do cigarro, depois umedecidos com água para se transformar em uma massa pastosa, e em seguida transformados em adubo pelas minhocas. Todo o trabalho é desenvolvido pelo Minhocário Juá, localizado próximo ao distrito de Ponta da Serra em Crato, às margens da CE-392.
Segundo o professor Ricardo Fonseca, o adubo derivado dos cigarros é de alta qualidade e proporciona desenvolvimento para a planta. O teste foi submetido a uma flor, chamada Rosa do Deserto, que após 15 dias de acompanhamento ela se desenvolveu obteve um tamanho e uma coloração bastante avançados. “Ela cresceu, um verde escuro lindíssimo, um brilho, um viço impressionante.”
O próximo passo, para o estudante Victor Bruno, é a produção em larga escala para que o adubo seja usado nas plantações, pois já foi testado e tirado as conclusões de sua eficácia para aproveitamento na agricultura. “O que a gente procura agora é o aumento da escala de produção porque as fases de teste iniciais já foram realizadas com sucesso”, diz o estudante.
Marcos Alexandre, delegado da Receita Federal, contribui para que o projeto continue além de dar um destino adequado aos filtros de cigarro que são queimados. Ele diz sentir esperanças em encontrar uma solução viável e adequada aos produtos contrabandeados e contribuir com o meio ambiente. “A Receita (Receita Federal) olha com bons olhos para esse projeto e espera ansiosamente para que a gente chegue ao final dele e consiga transformar em uma ação em larga escala”, conclui.
A Embrapa aposta na ideia
Segundo o professor Ricardo Fonseca, quem gostou do projeto, e aprovou para realização de testes, foram os técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Com o tempo a produção do adubo poderá, após aprovação, ser produzido em larga escala para comercialização e utilização na agricultura.
“Tendo essa aprovação da Embrapa, aí é vantagem do governo”, conclui o professor que está animado com a aprovação dos testes e da produção do adubo a partir do cigarro. Com isso o uso do novo húmus poderá ser usado pela agricultura e fazer uma destinação adequada do cigarro que antes eram incinerados com danos severos ao meio ambiente.
Com informações Ana Lima/TV Miséria